A conquista do Inútil

A palavra inútil, quando escrita ou falada, gera de bate pronto, um certo julgamento ruim. É estranho, e não soa bem, quando chamamos alguém de inútil. Entretanto, você já pensou em ter um planejamento de vida, da semana ou mesmo do seu dia, para poder ter horas inúteis?

Horas de prazeres inúteis? Leituras inúteis? Sonhos inúteis? Conversas inúteis? (risos).

Tenho pensado um pouco nisto, quando falo do tema planejamento e organização. Em nossa cultura parece bonito, e é de alguma forma valorizada, a agenda cheia. Pessoas que aparentemente tem uma hora ou mais, vagas na agenda, são praticamente julgadas de não fazer nada. Ter um tempo na minha própria agenda para cuidar de mim, nem sempre é bem visto. Repito: minha agenda e cuidar de mim!

Eu convido a todos, com esta leitura, a pensar na delícia de se ter, horas inúteis. Entendam inutil, um esvaziar dos nossos fazeres habituais. Um momento de busca de autoconhecimento, prazer e entendimento de si mesmo. É fato e sabido por todos nós, que nossa mente aprende rápido as coisas. Basta repetirmos alguns padrões, e tudo se torna um hábito. Pois bem, em diversos treinamentos que ministrei, ou mesmo os que assisti, ao aprender sobre planejamento e organização, nunca vi alguém sugerir uma pausa na agenda para o inútil. Ao contrário… a pergunta é “…para que esta hora livre?” E a resposta veem do que tenho chamado de: a conquista do inútil!

Um tempo para mim, um tempo para olhar e rever meus valores. Um tempo para aprender coisas novas. Enxergar além da caixa, e claro potencializar minha criatividade, que também sabemos, que aflora mais em momentos que estamos nos sentindo sem pressão.

A conquista do inútil, é mais do que tempo para si. É para mim, uma nova habilidade que vai ser diferencial nos tempos que vivemos. Precisamos pensar nisto, e quem sabe assim, a palavra inútil passara a ser uma qualificação e não um adjetivo ruim. Afinal, vale pensarmos: é mesmo bom, quem vive com agenda lotada? É mesmo boa a pessoa que nunca tem tempo para nada?

Eu acho que já estou gostando, de ser inútil.